| Nas terras
        verde-amarelas             
        Corria o ano de 1950. Todos nós espíritas recordávamos a passagem do cinqüentenário
        da desencarnação do Dr. Adolfo Bezerra de Menezes, ocorrida em 11/04/1900.
 Em
        Salvador, lá em sua residência na Mansão do Caminho, Divaldo Pereira Franco, envolvido
        pelas lembranças, sentia-se emocionado, inclusive por ser um dos médiuns mais utilizados
        pelo amoroso mensageiro em suas generosas tarefas de amparo e orientação, aos que, como
        todos nós, encontram-se ainda  na retaguarda da evolução.
 
 Eram duas horas da madrugada quando Divaldo interrompeu suas atividades. Sentia algo que
        não podia precisar. Viu-se então, desdobrado, em plena consciência, levado a um grande
        edifício, com enormes colunas estilo greco-romano. Adentrando-se pelo imenso salão, sem
        entender bem o que ocorria, percebeu, logo depois, que se tratava de uma reunião em
        homenagem ao Dr. Adolfo Bezerra de Menezes. Calculou que 5.000 pessoas, no mínimo,
        lotavam o anfiteatro.
 
 Havia também muitos encarnados, em desdobramento como ele. Viu quando o Dr. Bezerra
        entrou cercado de amigos. Dando início à homenagem, Léon Denis falou em nome dos
        espíritas da Europa e de outros continentes. Após, Manuel Vianna de Carvalho assumiu a
        tribuna, em nome dos espíritas do Brasil. A seguir falou Eurípedes Barsanulfo, em nome
        dos que estudam o Evangelho.
 
 Uma luz magnífica surgiu das alturas. Corporificou-se, então, um sublime espírito. Era
        Celina, mensageira de Maria Santíssima, conhecida pelas amoráveis comunicações que
        transmitia através do médium Frederico Júnior. Celina falou:
 
 _ Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcante:  pelos teus serviços foi-te concedido que
        poderás encarnar em qualquer sistema de uma galáxia próxima da Terra. Dr. Bezerra, sem
        poder conter, naturalmente, a emoção, também falou:
 
 _ Eu não mereço... Eu não mereço... se algum crédito tenho, suplico a Maria
        Santíssima   continuar nas terras verde-amarelas do Brasil.  Desejaria ali
        ficar enquanto houver uma pessoa chorando, um gemido dos meus irmãos brasileiros.
 
 O celeste ser ouviu a petição e esvaneceu-se. Passaram poucos segundos. Um melodioso
        coro entoava um divino cântico e uma alvinitente mão escreveu no ar:
 _ Teu pedido foi deferido. Ficarás mais 50 anos na terras do Brasil.
 
 Divaldo Pereira Franco despertou alegre e encantado. E contou tudo isto quando, em 1991,
        proferiu uma de suas magníficas palestras no auditório do Colégio Arte e Instrução,
        no bairro de Cascadura, no Rio de Janeiro.
 
 "Nunca mais - disse Divaldo - apagou-se de minha memória a figura sublime do
        Dr. Bezerra de Menezes, enquanto sob forte emoção aguardava a resposta à sua paternal
        súplica." Pelo menos, até o ano 2000...
                                                        
        Ana Maria Spranger Luz            
                   (Retirei
        este texto da   FOLHA ESPÍRITA, em fevereiro de 1997).
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